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Bioconcreto preenche rachaduras e fissuras em semanas sem ninguém ter que fazer nada para isso


Pesquisadores holandeses da Universidade Técnica de Delft desenvolveram o bioconcreto, um espécie de concreto comum que preenche rachaduras e fissuras em semanas sem ninguém ter que fazer nada para isso.

Após nove anos de pesquisas e desenvolvimento, a equipe da TU Delft apresentou os avanços de um protótipo de concreto que se regenera (Self-healing Concrete) devido à adição de bactérias em sua composição. Estas tem a capacidade de “quebrar” alguns componentes do concreto e recuperar gradualmente pequenas rachaduras e orifícios

A fórmula desenvolvida pela TU Delft vai além de reparar imperfeições meramente estéticas; estas fendas, se não reparadas, podem aumentar e permitir a entrada de água no interior da estrutura, lavando à corrosão do aço e ao comprometimento das qualidades mecânicas da estrutura.

Para criar o produto, os cientistas acrescentaram ao cimento comum uma bactéria que fica adormecida até entrar em contato com luz e umidade. Também colocaram lactato de cálcio, o alimento preferido dessas bactérias, que na natureza estão presentes em lugares inóspitos como crateras e vulcões em que poderá sobreviver até 200 anos no interior do concreto das edificações onde foi aplicada.O que ocorre é que, ao surgirem eventuais fissuras no material, os endósporos da bactéria, que encontravam-se em um ambiente seco até então, são expostas aos elementos físicos do ambiente externo, incluindo a água. A umidade penetra então pelas rachaduras e desperta estes microrganismos, que começam a consumir o lactato de cálcio presente na mistura, produzindo no processo carbonato de cálcio (que em grandes concentrações forma o calcário), que vai acumulando-se até reparar as rachaduras num período de poucas semanas (normalmente até três semanas)


O cientista holandês Hendrik Jonkers, que idealizou o bioconcreto e é um dos responsáveis pela pesquisa, recebeu o prêmio de Inventor Europeu de 2015 na categoria de pesquisa, pelo projeto inovador. “Nosso concreto vai revolucionar a maneira como construímos, pois nos inspiramos na natureza”, ele comemora. Segundo ele, o material já está sendo utilizado na construção de canais de irrigação no Equador, um país com grande atividade sísmica. “Não há limite para a extensão da rachadura que o nosso material pode reparar. Pode ser de centímetros a quilômetros”, afirma. No entanto, há um limite para a largura da fissura a ser reparada, que não pode passar de 8 milímetros.

O custo para uso do novo material, porém, ainda é um obstáculo. O investimento aumenta os gastos com a construção em 40% a mais do que custaria com o concreto tradicional. É um problema que ainda precisa ser solucionado para que o bioconcreto torne-se comercialmente vantajoso.

Nem por isto, o projeto deixa de ser extremamente promissor. E não apenas por baixar custos de manutenção em prédios, pontes, estradas, viadutos, represas e outras obras arquitetônicas, mas também pelo seu potencial ecológico. Cerca de 7% das emissões de dióxido de carbono são resultantes da fabricação de cimento. Qualquer medida que aumente a vida útil do concreto poderá contribuir com a diminuição destas taxas. Desta forma, o bioconcreto não é apenas a promessa de um material mais durável, mas também mais sustentável!

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